A razão dá a cada lado tempo para se defender; além disso, ela própria exige o adiamento, pois pode haver espaço o suficiente para a descoberta da verdade; ao passo que a raiva tem pressa; enquanto a razão deseja dar uma decisão justa, a raiva deseja que sua decisão seja considerada justa; a razão não olha além do assunto em questão; a raiva é excitada por matéria vazia pairando aos arredores do caso: é irritada por qualquer coisa que se aproxime de uma atitude confiante, uma voz alta, um discurso desenfreado, roupas delicadas, súplicas exageradas ou popularidade com o público. Frequentemente, condena um homem porque não gosta de seu patrono; ama e mantém o erro mesmo quando a verdade a está encarando de frente. Odeia ser provada errada e pensa que é mais honroso perseverar em uma linha de conduta equivocada do que retratá-la.
Sêneca.